Não demore a pedir ajuda

Ninguém gosta de expor seus problemas. Tratá-los abertamente é assumir nossas limitações e vulnerabilidade; é despir-nos de nossas máscaras e fantasias de sucesso e prosperidade. Pedir ajuda é abraçar a fraqueza e reconhecer que não consigo dar conta da minha vida sozinho, e isso não é feito sem incômodo, vergonha e dor.

Mas enquanto resisto a pedir ajuda, tenho de lutar sozinho com meus desafios. Lutar sozinho é destrutivo em muitos níveis: não ter alguém para dividir o fardo me faz cansar mais rapidamente; não prestar contas a alguém me faz negociar compromissos pessoais; não ouvir o conselho de outros me faz depender de minha limitada sabedoria; não ter companheiros de jornada pode me dar o senso de que só eu tenho lutas terríveis; não estar próximo de outras pessoas me faz perder parte importante do encorajamento e motivação presentes na vida em comunidade.

Demorar a pedir ajuda aumenta o problema. Um jovem que começou a acessar pornografia pode tentar lutar sozinho, mas quanto mais passa o tempo, mais difícil se torna pedir ajuda. A dificuldade se dá porque o seu envolvimento com o pecado aumentou, estabelecendo-se um padrão (hábitos) de impureza. Além disso, o senso de vergonha e culpa é maior do que no início, e assim, falar para outra pessoa de suas lutas se torna mais doloroso.

Demorar a pedir ajuda revela o orgulho do nosso coração. Tentamos resolver sozinhos e ser independentes; tentamos esconder nossas falhas; tentamos parecer perfeitos. Mesmo quando usamos a justificativa “não quero incomodar os outos”, é possível que estejamos pensando, na verdade, em nosso incômodo.

Lembremos da sabedoria bíblica. O homem não foi criado para viver só (Gn.2.18) – o padrão de Deus envolve a vida em comunidade. Ali carregamos as cargas uns dos outros (Gl.6.2), choramos e sorrimos juntos (Rm.12.15), encorajamos uns aos outros (Hb.3.13) e nos aconselhamos (Cl.3.16). Na verdadeira vida em comunidade podemos nos despir das máscaras e assumir a nossa vulnerabilidade diante dos irmãos – Deus não escolhe pessoas perfeitas, mas vasos quebrados, que Ele se compromete a restaurar.

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