Um amor especial (Malaquias, pt3)

Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto. (Malaquias 1:2–3)

“Quais as evidências de que Deus nos ama?” — era a pergunta do povo. Os sonhos não se haviam concretizado, as profecias ainda não haviam sido cumpridas, e tudo o que restava era o cansaço de uma espera “eterna”. Que amor é esse?

Convenhamos que, por vezes, é difícil confiar, especialmente quando os sinais à nossa volta não são animadores. Mas será que estamos olhando para todos os sinais? Será que considerar apenas as circunstâncias imediatas é suficiente para avaliarmos o amor e a provisão de Deus?

O Senhor tem uma resposta para o povo cínico. Em vez de simplesmente deixar o povo de coração endurecido em sua postura arrogante, Ele deseja comunhão com os Seus. Isso é sempre assustador: Deus lida com zombadores como eu e você de maneira graciosa, oferecendo-nos o amor real que perfura a casca grossa do cinismo. “Feriste-me o coração com a Tua palavra e te amei”, foi o que disse Agostinho de Hipona.

Deus reorienta o nosso olhar. Se estamos observando apenas as lutas do presente para duvidar que Ele nos ama, então ele apontará para algo mais profundo e nos dirá: veja! “Não foi Esaú irmão de Jacó? — disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú”. O amor de Deus é revelado no fato de que Ele escolheu ter um relacionamento especial com os Seus filhos.

Deus poderia ter amado qualquer outro povo; poderia ter escolhido qualquer outro grupo; poderia ter prometido abençoar qualquer outro ajuntamento de pessoas. Mas ele amou Jacó. Ele escolheu fazer uma aliança com Israel.

Essa verdade deveria abrir os nossos olhos. Se as dores do presente nos fazem desconfiar do amor de Deus, lembremos que, de todos os povos da Terra, Ele escolheu a igreja. Lembremos que, mais do que a agonia momentânea, o Seu amor é constante. Lembremos que, enquanto os demais povos não possuem esperança, pois a sua herança fica para os chacais do deserto, o povo de Deus, mesmo em meio à mais terrível tribulação, pode guardar a esperança consigo.

Ao mencionar Jacó, Deus lembra o seu povo da sua singularidade, da sua identidade e da sua história. O povo não é singular por ser melhor do que qualquer outro: a singularidade da igreja repousa no simples fato de que ela é amada pelo Senhor. A identidade de Israel é resgatada: eles são o povo da aliança. E a história é rememorada: desde Jacó Deus tem amado e cuidado dos seus.

Esses elementos deveriam ser lembrados por nós; eles formam um antídoto contra o cinismo. Quando a vida ficar difícil e surgirem as tentações de duvidar do amor de Deus, lembre-se que Ele amou Jacó. Lembre-se que você, que anda com Jesus, é Israel.