[para seguir a série, sugerimos que você leia o primeiro capítulo de Malaquias]
se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? (Malaquias.1.6)
É impossível guardar o cinismo no coração, sem que ele suba aos lábios e se manifeste pelas mãos. O coração cínico do povo de Deus começou a revelar sua face pública no aspecto da adoração.
Deus fala aos sacerdotes, mas todo o povo falhava na adoração. O resumo da disposição interna dos líderes foi apresentado por Deus: “a mesa do Senhor é desprezível”. Mas quem ousaria afirmar isso explicitamente?
Enquanto selecionamos as máscaras e palavras que usaremos, o nosso coração vai se revelando de maneiras sutis. Os líderes realizavam sacrifícios impuros ao Senhor. O pão era imundo; os animais eram cegos, mancos e doentes. O problema não era apenas dos sacerdotes porque era o povo quem levava tais ofertas ao Senhor. Então o povo falhava em oferecer o melhor a Deus, e os sacerdotes falhavam em rejeitar tais ofertas, profanando a adoração a Deus.
A adoração dos cínicos tem como objeto a si mesmos. Tudo o mais é secundário, inclusive Deus. Porque adoram a si mesmos, os melhores recursos ficarão para si, enquanto entregam a Deus aquilo é resto.
Não é isso o que entregamos a Deus? O resto de nosso tempo, o resto de nossas energias, o resto de nossa atenção, o resto de nossa criatividade, o resto de nossas capacidades, o resto, o resto, o resto…?
A adoração apática não é apenas isso; é blasfema também. Deconsidera quem Deus é, compara-O às demais criaturas, e ofende a sua glória. A nossa preguiça em viver uma vida na presença de Deus (coram Deo) fala sobre como rejeitamos a Sua companhia.
Deus não aceita tal adoração. Ele amaldiçoa aquele que despreza o Seu nome: “Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.” (Ml.1.14). O Senhor de toda a Terra não se deixa escarnecer pelos cínicos. Ele abre os nossos olhos, e revela toda a sujeira escondida por trás de nossos gestos dissimulados.
Note que o povo ainda levava as suas ofertas e os sacerdotes ainda realizavam os sacrifícios. A máquina religiosa continuava funcionando. Mas nós podemos usar a estrutura para ocultar o vazio de vida em nossa caminhada. Tudo isso é um desafio direto ao Senhor. Ele nos chamou para uma vida real, uma espiritualidade simples e bela, que diariamente se rende ao Senhor e O adora segundo a Sua vontade.