(Sobre os recentes episódios de denúncia de sindicatos e investigação do Ministério Público a respeito de alunos reunidos para orar em “intervalos bíblicos” nas escolas públicas de Pernambuco)
Do ponto de vista estritamente jurídico, deveria ser óbvio que alunos, no período de intervalo, que decidem se reunir livre e espontaneamente para ler a Bíblia, cantar e orar, estão garantidos pela Constituição Federal, que assegura a liberdade religiosa:
Art. 5º
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
É exatamente porque o Estado é laico que ele não pode interferir na liberdade religiosa dos seus cidadãos, conquanto o seu exercício não fira outros princípios e leis de nosso ordenamento jurídico.
Adolescentes que se reúnem em uma sala ou em um canto do pátio da escola para conversar sobre sua religião e orar, em algum sentido, não são diferentes de adolescentes que se reúnem em uma sala ou em um canto do pátio da escola para falar de seus influenciadores, comentar fofocas e seguir rituais da religiosidade secular.
Da perspectiva jurídica, portanto, não há irregularidade e é um verdadeiro disparate que sindicatos e o Ministério Público considerem uma associação de estudantes voltados para o cultivo de devoção e virtudes algo digno de ser investigado, como se estivéssemos falando de uma ameaça ou um crime.
O contraste grita com a ausência de movimentação no que diz respeito às pautas progressistas que encorajam a destruição de virtudes e o niilismo existencial.
A religião secular, com seus próprios rituais, sacerdotes, ídolos e sacrifícios, está liberada.
Mas precisamos entender que a movimentação de Sindicato e Ministério Público tem a sua razão.
Eles não têm respaldo legal, mas farejaram, ainda que intuitivamente, algo correto.
Verdadeiramente os alunos reunidos para orar são uma ameaça.
Veja, foi um grupo de estudantes reunidos para orar na Universidade de Oxford que Deus usou para produzir um movimento intenso de evangelização pelo mundo.
Em meados de 1729, Charles Wesley e William Morgan começaram uma caminhada juntos para se encorajarem mutuamente nos estudos da faculdade e nas devoções. Em seguida veio John Wesley e Bob Kirkham.
Em 1730, William Morgan encorajou seus amigos a caminharem com ele na visitação de presos, auxílio aos pobres e educação para crianças. Nesse período o grupo passou a ser chamado de “Holy Club” (Clube santo).
O número de pessoas cresceu substancialmente, e a certa altura passaram a receber o apelido jocoso de metodistas.
Apesar de diversos desafios enfrentados, como a própria morte de William Morgan, o número de jovens se reunindo em pequenos grupos para estudo bíblico e oração apenas crescia, bem como a sua influência e impacto no campus e para além dele.
Ao final de 1734 já eram mais de 40 participantes do movimento metodista. Ao grupo também se juntaram nomes que depois se tornariam significativos como o de George Whitefield.
Em 1735, com a saída de alguns dos fundadores, o movimento arrefeceu naquela localidade específica, mas Deus o fazia ganhar o mundo.
Foi de um grupo de oração de estudantes que saíram grandes pregadores e instrumentos de Deus para os avivamentos do século 18 nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Um grupo pequeno de jovens despretensiosos, reunidos apenas para orar. Por ali passam um, dois, três que são inflamados pelo Espírito e levam a chama adiante, atingindo a cidade, viajando por regiões longínquas, pregando em diferentes igrejas, e então Deus se agrada em derramar o Seu Espírito poderosamente para promover quebrantamento, conversão e transformação.
O mundo está certo em se assustar. Dessas pequenas reuniões Deus pode virar a sociedade “de cabeça para cima”.
Compartilhe essa mensagem e encoraje a formação de novos grupos de leitura da Bíblia e oração nas escolas. Junte um ou dois amigos e comecem a orar por seus colegas de classe, professores, por nosso país e pela igreja brasileira.
Ore pelos sindicatos e pelo Ministério Público. Eles não sabem por que querem investigar, mas você sabe!